Como e por onde começar a jogar Dragon Quest?


Por se tratar de uma franquia de jogos antiga, com pouco mais de 35 anos de existência, é natural para um jogador recém-chegado se questionar: como e por onde começar a jogar Dragon Quest? As respostas para essas perguntas podem variar bastante de fã para fã, mas é sempre interessante saber a opinião de cada um sobre o assunto. 

Por isso, tomei a decisão de sugerir também alguns caminhos possíveis para quem deseja ingressar na franquia com base na minha experiência como jogador e produtor de conteúdo sobre a saga Dragon Quest.


Antes do "por onde", vejamos "como"

Fazendo jus ao seu sucesso e longevidade, a franquia Dragon Quest possui diversos jogos em diferentes plataformas, algumas muita antigas, outras mais modernas e em alguns casos inacessíveis até mesmo por meio de emulação. Sendo assim, é interessante ter em mente antes mesmo de pensar por qual título começar a jogar, em qual plataforma se deseja jogar, no intuito de evitar dores de cabeça e gastos desnecessários — já experimentou pesquisar quanto está custando uma cópia física de Dragon Quest V para Nintendo DS? Não recomendo.

Então, tenha como prioridade num primeiro momento averiguar quais as plataformas de que dispõe para jogar e quais jogos da franquia estão disponíveis para elas — e lembre-se de incluir emuladores na lista, pois além de gratuitos contam com versões traduzidas de títulos nunca lançados fora do Japão. A saga vem ganhando mais popularidade no ocidente nos últimos anos, graças a boa recepção de público e crítica obtida por Dragon Quest XI e Dragon Quest Builders 2, que inclusive marcaram presença no catálogo do Game Pass da Microsoft. 

De bloco em bloco se constrói o sucesso

Dito isso, atualmente, há uma oferta bastante generosa de jogos de Dragon Quest localizados e disponíveis para compra, seja em mídia física ou digital. No entanto, existem dois tópicos a serem pontuados aqui: o primeiro deles é a ausência de localização para o português, algo ainda inédito para a franquia e os preços nada convidativos praticados pela publicadora Square-Enix em seus lançamentos. Recomendo sempre que possível segurar a ansiedade e aguardar por uma promoção, elas ocorrem com frequência nas plataformas digitais. 

E antes de seguirmos adiante na jornada, gostaria de recordá-los que os dispositivos móveis (celulares e tablets) também são uma porta de entrada para quem quer jogar Dragon Quest. Os oito primeiros jogos da saga principal estão disponíveis para Android e iOS, além de eventuais spin-offs, só demandando cautela por conta de possíveis incompatibilidades com aparelhos e bugs. 


Comece pelo melhor

Para mim, nenhum outro jogo da franquia, no momento em que escrevo este artigo, soube com tanta maestria conduzir jogadores veteranos e novatos numa aventura incrível por todo legado da saga, como Dragon Quest XI: Echoes of An Elusive Age. 

O décimo primeiro capítulo da saga tem todo pedigree lapidado por anos de tentativas e erros de seus antepassados, entregando uma experiência bastante satisfatória e respeitando os elementos principais que fazem Dragon Quest tão especial: personagens carismáticos, monstros inusitados, trilha sonora envolvente e o bom e velho combate por turnos. 

Mais do que um jogo, XI (Eleven), é uma belíssima homenagem à todo percurso traçado pela franquia ao longo de gerações, que pode — e deve — ser apreciada por jogadores veteranos e novatos, sem nenhum receio de não pegar de primeira todas as referências a jogos passados, pois a jornada principal por si só, já é bastante recompensadora. 

Quem cavalgar por esses campos verdes, jamais irá esquecê-los

Com um nível de desafio bastante equilibrado, podendo ser mais fácil ou difícil, a depender do quanto você quer se dedicar a ele, Dragon Quest XI é uma ótima primeira experiência para conhecer as convenções estabelecidas dentro da saga e ainda poder aproveitar das vantagens de um título mais moderno e amigável. 

Para quem ainda não tem na coleção e pensa em adquiri-lo, recomendo a versão definitiva do game, Dragon Quest XI S, disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One e Steam. 


Comece do começo

Pode parecer óbvio e de fato é, mas começar por onde tudo se originou, pode ser uma boa ideia. É verdade que a trilogia original de Dragon Quest (Dragon Warrior) não envelheceu muito bem. Os controles são truncados, o nível de dificuldade chega a ser abusivo e a inteligência artificial dos nossos companheiros, nem sempre está do nosso lado. Todavia, os remakes desses jogos conseguem contornar parte dos problemas, tornando-os um pouco mais palatáveis para os padrões de hoje em dia. 

Particularmente, em se tratando dos remakes, gosto muito dos de Super Famicom, desenvolvidos pela ChunSoft e Heart Beat. Como cresci na era dos 16 bits, em meio a uma enxurrada de JRPGs com belíssimas pixel arts, esses jogos evocam um sentimento nostálgico. Além disso, essas versões são mais completinhas se comparadas às de dispositivos móveis e Nintendo Switch, que, infelizmente, não contam com animações de batalha e o mini game de tabuleiro (suguroku) em Dragon Quest III.

Eles parecem marrentos, mas são boa gente, pode confiar!

Outra razão para sugeri-los como ponto de partida é a trama entrelaçada, que se jogada em ordem, do primeiro ao terceiro, reserva uma gratificante surpresa para quem conseguir desviar de spoilers. Trata-se de uma das maiores reviravoltas da saga e que tem conexões preciosas com o enredo de Dragon Quest XI.

Quem quiser se arriscar na trilogia do herói lendário Loto (Erdrick) pode recorrer aos emuladores de Super Famicom ou jogá-los por meios oficiais através de dispositivos móveis ou Nintendo Switch. No caso dos emuladores, existem opções de ROMs traduzidas pro português que podem ser encontradas facilmente na internet. 

Se a vida te der limões, faça uma limonada

Eu já comentei em artigos passados aqui no blog de como foram difíceis os meus primeiros passos pelos mundos de Dragon Quest e a imensa dificuldade de encontrar e adquirir os jogos por meios oficiais. Por esse motivo, pensei com muito cuidado e carinho sobre os caminhos que iria sugerir para outros jogadores conhecerem a minha franquia de jogos favorita. 

Mas no fim do dia, acredito que por mais listas, vídeos e artigos que você do outro lado da tela venha a consumir em busca de respostas, nada, nem ninguém irá tirar a magia da sua própria escolha ou oportunidade que a vida lhe deu. Para mim, por exemplo, essa escolha (ou oportunidade) se traduz no Dragon Quest IV de Nintendo DS. Foi o meu primeiro jogo da saga adquirido com suor do meu trabalho e que concluí enquanto estudava, trabalhava e morava no Japão. Tenho memórias tão bonitas da minha vida atreladas a esse jogo, que lista nenhuma de "por onde começar" conseguiria dimensionar.

Guardo no coração um carinho especial por cada membro dessa trupe

Uma história parecida é a do meu amigo Leo Oliveira, do canal Cama Voadora, um fã confesso de Dragon Quest VI, jogo que marcou sua infância, mas que é constantemente ofuscado pelos Dragon Quest V e VIII em listas de favoritos. Dessa forma, o que quero dizer é: siga o seu coração. Agarre a oportunidade que tiver! Independente de qual jogo seja, você não precisa daquele específico indicado pela crítica especializada ou eleito pelos fãs como o melhor. 

Mas se ainda assim, você quiser seguir as minhas sugestões anteriores, fico muito feliz e espero que encontre satisfação em sua aventura, pois como disse antes, fiz este artigo com muito cuidado e carinho na esperança de ajudá-los. 

A ideia para este artigo, surgiu durante uma conversa muito especial com um amigo e dedico a ele esta publicação. Abraços, João Pedro

Comentários

  1. Que matéria incrível! Parabéns! Sigo você no Instagram e o canal do cama, foi por lá que conheci esse blog. Sou um fã declarado de Dragon Quest também e me inspiro nesses jogos fantástico para fazer os meus desenhos. Obrigado por essas matérias e concordo com tudo escrito aqui.

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    1. Nossa! Que legal, Andarilho.
      Fico muito feliz por saber que tem gente lendo e comentando por aqui. Escrever esses artigos dão bastante trabalho e não há retorno melhor do que receber um comentário tão bacana!
      Obrigado por acompanhar o blog e seguir o insta.

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